15 de abril de 2025
Enquanto o mundo automotivo caminha rumo à eletrificação total, Gordon Murray, o gênio por trás do icônico McLaren F1, segue na contramão. Literalmente. Seu mais recente projeto, o GMA T.50, é um supercarro com motor V12 aspirado, câmbio manual, peso de hatch compacto e uma proposta audaciosa: unir brutalidade com elegância e, pasme, usabilidade urbana.
V12 Cosworth, 12.100 rpm e 12 km/l
O coração do T.50 é um V12 3.9 aspirado desenvolvido pela Cosworth, gerando 663 cv a insanos 11.500 rpm e girando até 12.100 rpm — mais do que a maioria dos motores de F1 modernos. Mas o que impressiona ainda mais: o consumo pode chegar a até 12 km/l, segundo testes práticos da imprensa europeia. Isso num supercarro leve de menos de 1 tonelada (987 kg, para ser exato).
Ventilador traseiro e aerodinâmica ativa
Inspirado no Brabham BT46B da F1, o T.50 traz um ventilador de 400 mm acoplado à traseira. Esse sistema é parte essencial da aerodinâmica ativa: pode aumentar a pressão aerodinâmica em 50% ou reduzir o arrasto em até 12,5%, dependendo do modo selecionado. E não se trata só de visual: o ventilador realmente suga o ar de baixo do carro, colando ele no chão como um protótipo de Le Mans.
Três assentos, como um McLaren F1
O cockpit também é um show à parte. A posição central do motorista e os dois assentos laterais formam o mesmo layout visto no lendário F1. Tudo é leve, analógico e direto — do volante fino ao câmbio manual, que oferece engates curtos e precisos. Não há telas gigantes, nem distrações: o foco aqui é dirigir.
Serve até pra ir à padaria (com estilo)
Ao contrário de supercarros modernos com altura de kart, o T.50 foi projetado para lidar com ruas comuns. A suspensão foi afinada para suportar lombadas, valetas e imperfeições do asfalto urbano. Com isso, ele se torna um dos raríssimos supercarros que podem ser usados — de verdade — fora de um track day ou de um tapete de asfalto alemão.
Exclusividade máxima
Foram feitas apenas 100 unidades do T.50, todas vendidas a preços na casa dos £2,36 milhões. Cada comprador passou por um processo seletivo, e todos os carros são personalizados. Para quem acha que supercarros estão perdendo identidade, o T.50 é um grito de autenticidade.
Nota da Volta Quente: O Gordon Murray T.50 é, talvez, o último suspiro de uma era. Uma era em que supercarros não precisavam de baterias, modos autônomos ou 5 toneladas para impressionar. Aqui, o destaque é um motor aspirado, um câmbio manual e uma posição de dirigir que coloca o ser humano de volta no centro da experiência. Que bom que ainda existe alguém como Murray pra lembrar a indústria do que é dirigir de verdade.
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