15 de abril de 2025
A União Europeia está considerando classificar a fibra de carbono como material perigoso, o que poderia proibir seu uso na fabricação de veículos a partir de 2029. A proposta faz parte da revisão da Diretiva de Veículos em Fim de Vida (ELV) e visa abordar preocupações ambientais e de saúde relacionadas ao descarte e reciclagem desse material.
Durante o processo de reciclagem, as fibras de carbono podem se tornar voláteis, causando irritações na pele e mucosas, além de representar riscos para os trabalhadores e equipamentos de reciclagem. Se aprovada, a fibra de carbono seria adicionada à lista de substâncias restritas da UE, ao lado de materiais como chumbo e mercúrio.
Impacto na indústria automotiva
A proibição afetaria significativamente fabricantes de supercarros e veículos elétricos, que dependem da fibra de carbono para reduzir o peso e melhorar a eficiência. Marcas como McLaren, Koenigsegg e Pagani utilizam extensivamente esse material em seus modelos de alto desempenho. Além disso, a indústria automotiva representa cerca de 20% do consumo global de fibra de carbono.
Fabricantes japoneses, como Toray Industries, Teijin e Mitsubishi Chemical, que dominam mais da metade do mercado global, também seriam impactados, especialmente considerando que a Europa responde por uma grande parte de suas receitas no setor automotivo.
Atualização: proposta retirada
Recentemente, o Parlamento Europeu confirmou que a fibra de carbono foi removida da proposta de materiais perigosos, após forte oposição da indústria automotiva e de outros setores. A decisão foi baseada na falta de alternativas viáveis e no impacto econômico que a proibição causaria. Assim, a fibra de carbono continuará sendo utilizada na fabricação de veículos na Europa.
Fontes: Notícias Automotivas, Motor1, Razão Automóvel
Nota da Volta Quente: Mais uma vez, a União Europeia flerta com medidas que, embora bem-intencionadas, poderiam ter consequências desastrosas para a indústria automotiva. A tentativa de banir a fibra de carbono é um exemplo claro de como decisões precipitadas podem ameaçar a inovação e a eficiência dos veículos. Felizmente, o bom senso prevaleceu, mas é um lembrete de que a busca por sustentabilidade deve ser equilibrada com a realidade tecnológica e econômica.
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